domingo, 20 de setembro de 2020

Diretores curitibanos são os vencedores do Festival Internacional do Documentário Musical


Os diretores curitibanos Lilka Hara and Artur Ratton foram os grandes vencedores da 12ª edição do In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical, com o filme “Dom Salvador & Abolition”, que traça um perfil do pianista e compositor de jazz Dom Salvador, que se apresenta há 42 anos no The River Café, no Brooklyn – Nova York. O anúncio foi feito na tarde deste domingo (20/09) pela organização. “É um filme feito com rigor e emoção”, disse um dos integrantes da comissão julgadora, Emílio Domingues.

O projeto começou em 2013 como um pequeno esboço de documentário sobre Dom Salvador – que, assim como o casal de cineastas, também é radicado nos Estados Unidos. “Ao ler um artigo escrito por Allen Thayer na revista Waxpoetics decidimos nos encontrar com Salvador em sua casa em Port Washington. Depois de passar um tempo ouvindo muitas gravações raras com o artista, percebemos o potencial desse projeto crescer e acabamos filmando toda essa relação de Salvador com música e sua vida agitada em Nova York com o objetivo de lançar um longa-metragem”, conta Artur.


De lá para cá foram centenas de horas de gravação e edição, e a versão final do filme ficou pronto apenas dois dias antes do encerramento da inscrição para o festival. “O InEdit foi a semente desse projeto, e voltamos agora com um longa-metragem. Foi uma experiência fantástica”, contou Lilka ao saber da premiação, lembrando que já haviam participado do festival com um curta-metragem sobre o mesmo personagem. “Depois nos aproximamos do Dom Salvador, ficamos amigos e veio a ideia do longa.  Nossa intenção era apenas mostrar a história dele, mas o retorno do púbico do festival foi incrível, e o prêmio foi uma vitória de toda a equipe que está no Brasil”, completou Artur.

Além dos diretores, todo o staff do filme é formado por brasileiros – a maioria de Curitiba. A composição original é de Rodrigo Stradiotto; mixagem de áudio de Edson Borth; os coloristas são Mauricio Baggio e Rafael Lopes, da Believe; e a direção de arte é de Juliano Domingos. 

DOM SALVADOR - Um dos arquitetos da Bossa Nova no Brasil e um requisitado arranjador de estúdio durante os anos 60, Salvador tocou com os melhores músicos do país. Considerado o pioneiro de muitos estilos musicais, participou de mais de mil discos e foi o líder da banda seminal Abolition. Depois de gravar apenas um álbum, Salvador abandonou uma jornada promissora e de sucesso com a banda para perseguir sua paixão pelo jazz, mudando-se para Nova York no início dos anos 70. Sob a perseguição racial e criativa instalada pelo governo militar, Salvador viu uma saída para os Estados Unidos, fixando residência com sua família em um bairro predominantemente branco de Long Island.

Adorado e estimado por colegas músicos e críticos, “Dom” conquistou um lugar ideal para um músico trabalhador, em um restaurante chique de Nova York. 

No filme, membros da banda falam sobre o processo colaborativo orquestrado por Salvador e porque terminaram de forma tão abrupta. A partir daí, o documentário acompanha a vida agitada do artista até os dias de hoje, com diversas imagens raras de arquivo pessoal do próprio artista. 

COMO ASSISTIR – Durante o festival, os filmes participantes estavam disponíveis por R$ 3 até este domingo. Agora, os vencedores estão disponíveis gratuitamente até terça-feira (22/09) no site do evento: https://br.in-edit.tv/film/63

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SAIBA MAIS
Site oficial do filme: https://www.domsalvadorabolition.com/

Entrevista com Lilka Hara and Artur Ratton: https://br.in-edit.org/conversa-com-artur-ratton-e-lilka-hara/

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