domingo, 26 de novembro de 2023

Pequenas reflexões pós Congresso de Felicidade

Sri Prem Baba Foto: Zelig Digital
Por Érika Busani

Ahimsa.

O princípio ético da não-violência lembrado na manhã de sábado (18) pelo mestre espiritual Sri Prem Baba logo na primeira palestra do Congresso Internacional de Felicidade talvez seja a melhor forma de resumir todo o conhecimento trazido pelos mais de 20 palestrantes do evento, que aconteceu no último fim de semana no Centro de Exposições Positivo, no Parque Barigui, em Curitiba.

Ahimsa (ou ainsa) consiste em não cometer violência contra outros seres. “A luz do outro nunca depõe contra você, porque a sua alma tem pontos de luz que aquele outro não tem”, viria a dizer, na abertura da manhã seguinte, o psicólogo Rossandro Klinjey.

Eu diria mais: combater o outro como um inimigo é uma oportunidade perdida de conhecer uma maneira diferente de ver a vida. Não precisamos concordar ou seguir a ideia, apenas estarmos abertos a ver e ouvir. É baixar barreiras e, quem sabe, mudar de rumo. Ou não. Klinjey completou: “Se Deus quisesse que fôssemos todos iguais, seríamos como uma plantação de eucaliptos”.

É nas diferenças que crescemos e podemos florescer. As guerras – as de fato ou as do nosso dia a dia – são resultado da intolerância, de estarmos constantemente na defensiva e culpando o outro pelos nossos infortúnios. Autorresponsabilidade é um ato de maturidade e de entender que estamos onde nos colocamos.

“Nós só vamos cooperar com a paz mundial quando pudermos erradicar a guerra dos nossos corações”, disse Prem Baba. Sim, a mudança é assim poderosa.

Ahimsa é também a não-violência contra aquela pessoa que costuma ser alvo das nossas maiores barbáries: a que aparece no espelho. O dedo que aponta para os outros é ainda mais rígido em nossa própria direção. “Precisamos nos tornar nossos melhores amigos” foi um dos principais recados do jogo Maha Lilah, conduzido pelo psicanalista e terapeuta especialista em jogos de autoconhecimento Gabriel Nickson.

Isso inclui entender que a vida traz desafios para o nosso crescimento. Aceitar as coisas como são é um ato de coragem, não de passividade, lembrou a Monja Coen. Podemos brigar contra com todas as nossas forças, culpar o outro, culpar o mundo. Como uma criança birrenta. Ou (depois de surtar um pouquinho), respirar fundo e decidir o que fazer – ou não fazer, de forma adulta.

“O melhor lugar do mundo é onde você está”, disse a Monja. “Porque você está lá”. O melhor lugar do mundo no último fim de semana foi o Congresso Internacional de Felicidade.

Monja Coen Foto:Zelig Digital


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