Durante o XV Congresso da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), realizado na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, foram lançados e relançados vários livros. Dentre eles, o “Em Busca do tempo perdido” do fotógrafo e sociólogo José Angelo da Silva. Uma das particularidades desse livro é que ele possui uma edição única de apenas 200 exemplares numerados e assinados pelo autor.
As imagens clássicas associadas ao Koan (公案) e ao Satori (悟り) são, por certo, as do imaginário religioso japonês: monges de cabeças luzidias, tigelas, bastões e a atitude “tranquila e infalível” a que se refere Caetano Veloso em “Um Índio”. Nenhuma dessas imagens passa, definitivamente, pela metrópole efêmera, que não merece de seus habitantes maior atenção exatamente porque eles a vivenciam em uma pressa eterna. Pois é nesse cenário que o fotógrafo e sociólogo Angelo José da Silva descobriu e revelou uma série de possíveis Koans, apresentados em seu livro.
O núcleo da obra são imagens de Street Art – grafites, pichações, lambes, estênceis, stickers e suas combinações na cena urbana – que, ao serem capturadas, mostram uma insuspeita porção Koan. Isso porque, normalmente invisíveis, são capazes de revelar um poderoso conteúdo a quem abandona o olhar blasé. Como verdadeiro Koan-e-Satori, enfim, que não estala o chicote por um Buda entronizado, mas por uma transformadora experiência de subjetividade.
Alquimia – Se há Satori, é sinal de que o Koan foi bem-sucedido. Partindo dessa premissa, encontramos no livro muitos traços de “iluminação”. As imagens que a ilustram, afinal, são leituras e devoluções elaboradas em termos ao mesmo tempo sutis e firmes, subjetivos, algo que transparece no próprio processo de produção: inicialmente percebidas pelo olhar, depois fotografadas em filme, digitalizadas, convertidas em serigrafia e repostas no mundo como algo novo, original e precioso. Um trabalho, enfim, digno do aplauso de uma mão só.
Alquimia – Se há Satori, é sinal de que o Koan foi bem-sucedido. Partindo dessa premissa, encontramos no livro muitos traços de “iluminação”. As imagens que a ilustram, afinal, são leituras e devoluções elaboradas em termos ao mesmo tempo sutis e firmes, subjetivos, algo que transparece no próprio processo de produção: inicialmente percebidas pelo olhar, depois fotografadas em filme, digitalizadas, convertidas em serigrafia e repostas no mundo como algo novo, original e precioso. Um trabalho, enfim, digno do aplauso de uma mão só.
Em Busca do Tempo Perdido, de José Angelo da Silva. Editado por Daniel Barbosa (Editora Caderno Listrado). Edição única, 88 p.Curitiba, 2010.
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