quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A nova ideia de beleza segundo Karl Lagerfeld

FLORA - Elisa Sednaoui

Foi lançado hoje na cidade de Moscou a 38ª edição do Calendário Pirelli assinado por Karl Lagerfeld. Intitulado "Mythology", o ensaio em preto e branco retrata 24 temas entre divindades, heróis e mitos. Lagerfeld foi o primeiro estilista a aceitar o desafio de fotografar para a multinacional e criou acessórios e jóias, especialmente para a ocasião.

"Atrizes e modelos encarnam os novos heróis e representam a nova ideia de beleza", afirma Karl Lagerfeld, propondo-nos, uma representação ideal e imortal da beleza, por meio do "The Cal" 2011.
HERA - Julianne Moore

São 21 os protagonistas desta edição: quinze Top, cinco modelos masculinos e a atriz americana Julianne Moore. Entre os protagonistas: as italianas Bianca Balti e Elisa Sednaoui, a dinamarquesa Freja Beha Erichsen, a brasileira Isabeli Fontana, as polonesas Magdalena Frackowiak e Anja Rubik, a australiana Abbey Lee Kershaw, a indiana Lakshmi Menon, as norteamericanas Heidi Mount e Erin Wasson, a russa Natasha Poly, a holandesa Lara Stone e a canadense Daria Werbowy, a austríaca Iris Strubegger e a jamaicana Jeneil Williams. As cinco presenças masculinas são os franceses Baptiste Giabiconi e Sebastian Jondeau, os norteamericanos Brad Kroenig e Garrett Neff e o inglês Jake Davis.

ARTEMIS - Daria Werbowy

Trecho da entrevista de Karl Lagerfeld concedida para Frédéric Beigbeder em 15 de outubro de 2010, na residência do estilista, em Paris.

Frédéric Beigbeder: Por que você escolheu o tema da mitologia greco-romana?

Karl Lagerfeld: Porque é a minha religião favorita: um deus para cada ocasião. Eu sou politeísta, todas as religiões atuais são recentes, eu prefiro esta mitologia sem inferno, sem pecado (este freio à felicidade), sem perdão. Precisamos voltar para uma determinada beleza disciplinada da Antiguidade. Simone Weil afirmava que Jesus era descendente direto de Prometeu, foi um escândalo naquela época. Eu adoro as deusas, pois elas foram as primeiras mulheres liberadas, que tinham direito a tudo. As divindades e as musas são feministas!

FB: A partir de que idade você ficou fascinado pelos mitos da Antiguidade?

KL: Os primeiros dois livros que eu li aos seis anos foram Ilíada de Homero e Nibelungos. Se os contos germânicos me espantaram, o Homero influenciou-me muito, é o meu livro de formação. O que é genial no antigo paganismo, é que há múltiplos deuses, as almas circulam, há heróis, semideuses, gênios e ninfas… Os humanos estavam menos afastados dos deuses do que nas religiões monoteístas. Naquela época, nem eu sabia que ia me tornar um deus! (risada)

FB: Sim, mas cuidado: os deuses são somente mortais ligeiramente melhorados! (risada) Então, o objetivo destas fotografias é fundar uma nova religião? Faço questão de dizer que, após ter folheado este calendário, fiquei com fé em seu Olimpo, converti-me imediatamente!

KL: Brincadeiras à parte, na mitologia o que é moderno é o amor à juventude, o culto do corpo, a aceitação do desejo, sem punição divina, e a homenagem permanente à Natureza. Na civilização greco-romana, há uma ética da beleza que hoje perdemos.

Editado com informações da FB Comunicações

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