terça-feira, 16 de junho de 2009

grandes mestres da fotografia - por Rafael Dabul

No mundo das artes plásticas a fotografia nem sempre foi muito bem aceita. Por anos foi considerada uma simples técnica de reprodução de imagens. Ora viveu à sombra da pintura seguindo ou copiando suas tendências, ora serviu como ferramenta de estudos para pintores como Degas e Dali. Mas foi a partir da década de 50, principalmente com a exposição coletiva ‘Family of Man’ no MoMA de Nova Iorque organizada pelo fotógrafo Edward Steichen, que a fotografia começa a ser vista pelo grande público como algo além de uma simples técnica e começa a desenvolver sua linguagem e ser aceita como arte e meio de expressão. E, através das últimas seis décadas, a fotografia vem ganhando espaço no imaginário cultural da civilização contemporânea. Recentemente os adventos da fotografia digital, a internet e os celulares alavancaram o uso da fotografia e o ato de fotografar a lugar comum na vida de um indivíduo.

Em face deste fato e deste ser o ano em que se comemora 170 anos da primeira fotografia, chama a atenção uma pesquisa recentemente divulgada. O jornal londrino The Times e a galeria também londrina Saatchi promoveram uma votação pública para eleger os 200 artistas mais relevantes desde o ano 1900 até hoje. Nesta lista, felizmente, figuram 22 fotógrafos (considerando artistas que trabalham estritamente com fotografia). A maioria em posições não muito privilegiadas predominantemente a partir da segunda metade da lista, sendo o primeiro o francês Henry Cartier-Bresson figurando somente na 35ª posição e segurando a lanterna (200º) o fotógrafo japonês Hiroshi Sugimoto.

Estes dados, mesmo que não precisos, refletem um pouco da imagem que a fotografia tem hoje na cultura popular. Muito se fotografa, muito se consome fotografia e todos são automaticamente profissionais ao adquirirem uma câmera decente; mas poucos sabem a respeito e dão importância a história da fotografia e/ou a que fotógrafos tem feito nos fronts da arte contemporânea com seu meio de expressão escolhido. A foto enquanto arte ainda está batalhando por seu reconhecimento na cultura popular, ocupando um espaço marginal.

Os fotógrafos e seu posicionamento na lista: Henry Cartier-Bresson (35º), Man Ray (48º), Cindy Sherman (50ª), Alfred Stieglitz (81º), Bern and Hilla Becher (85º), Edward Weston (91º), Walker Evans (107º), Nan Goldin (108ª), Robert Frank (109º), August Sander (112º), Andreas Gursky (114º), Eugene Atget (115º), Jeff Wall (116º), Bill Brandt (118º), Brassai (134º), Alexander Rodchenko (135º), Hans Bellmer (138º), Weegee (141º), Ansel Adams (153º), Lazlo Moholy-Nagy (179º), Jacques-Henri Lartigue (180º) e Hiroshi Sugimoto (200º).

Link para a lista no The Times: http://entertainment.timesonline.co.uk/tol/arts_and_entertainment/visual_arts/article6439243.ece

Crédito da foto: Hiroshi Sugimoto

Rafael Dabul - fotografo
www.rafaeldabul.com

Um comentário:

Caio Rubini disse...

Muito legal, Tomate. Na bravo deste mês tem uma matéria legal sobre as exposições fotográficas que estão rolando no Brasil, decorrentes do ano da França por aqui. A matéria também começa falando sobre a história da fotografia e a importância que os franceses tiveram nesse início. Quem tiver interesse, vale a pena dar uma olhada. Pena que não veio nenhuma expo dessas pra Curitiba!